29 de agosto de 2010

Ilustrações Inéditas do Jornal Última Hora Estão na Internet


Título: Quadros, Jânio  -  
Autor: não consta - Espécie: Charge - Ano: ?

*Amigos d'A Caricatura do Brasil, posto este informativo a pedido de Patrícia Carvalho (Núcleo de Comunicação do Arquivo Público do Estado de São Paulo).  Sugiro fortemente que todos os interessados na arte da caricatura confiram esse novo acervo iconográfico, que,  fomentando a memória da história brasileira, só faz contribuir para o fortalecimento da democracia. Aproveito para parabenizar a iniciativa e desejar que o exemplo seja seguido por outras instituições.

          Com a digitalização do arquivo de imagens do jornal, um dos mais importantes do país, a população tem acesso a caricaturas e ilustrações publicadas no jornal. São quase 20 anos de história registrados em 54.600 mil fotografias e 1.200 ilustrações, que agora podem ser consultadas na internet pelo site.  (http://www.arquivoestado.sp.gov.br/uhdigital/). O uso de fotografias e ilustrações em quase todas as páginas é uma das características marcantes do jornal Última Hora. As ilustrações publicadas no jornal tratavam de política, economia, arte e cultura; essas imagens davam uma valorização estética ao jornal e também o diferenciava dos outros.
          A Última Hora valorizava os profissionais que faziam essas ilustrações, cedendo muitas vezes a capa do jornal para a publicação desse tipo expressivo de comunicação. Grandes caricaturistas nasceram na Última Hora e se firmaram no jornal.  Criado por Lan, o Corvo, representando o jornalista e político Carlos Lacerda, e os gorilas fardados, representando os militares, são exemplos de caricaturas da “UH” que ficaram famosas.
          As ilustrações do jornal Última Hora se firmavam como fonte de formação de opiniões, sendo muitas vezes referência quando se falava de alguns assuntos específicos da época. No site do projeto de digitalização da Última Hora, as caricaturas podem ser pesquisadas por período, título e autor.
          Além das ilustrações, também foram digitalizados os negativos fotográficos das missões da Última Hora. Para cada pauta era produzida uma missão, isto é, um conjunto de fotos tiradas para ilustrar uma notícia publicada no jornal. E, a cada missão, apenas uma ou duas fotos eram escolhidas pelo editor. As fotografias, publicadas ou não, eram recolhidas ao arquivo do jornal. São estas imagens, algumas delas inéditas, que foram digitalizadas e estão na internet.
          O Arquivo Público do Estado de São Paulo realizou o tratamento de conservação preventiva e digitalizou parte do acervo fotográfico do jornal Última Hora, um dos mais importantes periódicos do jornalismo brasileiro. Este acervo foi formado ao longo da trajetória da edição carioca do jornal, entre os anos de 1951 e 1971, sob a direção de Samuel Wainer. Trata-se de um importante registro da história da imprensa brasileira.
          A digitalização dessas imagens é resultado do Projeto Última Hora – Acervo Fotográfico, que consistiu em organizar, conservar, digitalizar, tratar as imagens, produzir instrumentos de pesquisa e disponibilizar na internet este grande volume de fotografias. Este projeto teve início em 2007 no Centro de Acervo Iconográfico e Cartográfico do Arquivo Público do Estado de São Paulo e ainda está em andamento.
          Episódios recentes da história brasileira foram registrados pelas lentes fotográficas do jornal Última Hora, tais como o suicídio do Presidente Getúlio Vargas, em 1954; as Olimpíadas de Helsinki, em 1952; a estreia de Roberto Carlos na TV Tupi, em 1968 e os Rolling Stones em férias no Rio de Janeiro, em 1968. Além de nomes que marcaram a música brasileira, como Cauby Peixoto, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Ângela Maria e Chico Buarque. A consulta às fotografias pode ser feita de três formas: por período, autor ou palavra-chave. Toda a cobertura dada pelo jornal a temas como política, esporte, artes, teatro, cinema e literatura pode ser observada no seu arquivo fotográfico.
          No mesmo site, também pode ser consultado o acervo do próprio jornal Última Hora, digitalizado pelo Arquivo Público do Estado em 2008. A “UH” também foi tema de algumas publicações da instituição, como os cinco volumes da coleção “Arquivo em Imagens. Série: Última Hora” sobre artes, futebol, ilustrações e política.

ÚLTIMA HORA: marco da imprensa brasileira

          A Ultima Hora foi criada em 1951 por Samuel Wainer no Rio de Janeiro, em um período de efervescência social e política, deixando de circular em 1971. O jornal tinha uma linguagem popular e foi pioneiro em diversos aspectos como o uso constante de cores, ilustrações e fotos.  Esse jornal era o único que abrangia, nessa época, sete cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Niterói, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Recife.
          Além dos temas corriqueiros do jornal como futebol, cinema e criminalidade, a “UH” também revelou seu apoio aos governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jango nas páginas de política. Entre os seus colunistas destacaram-se Nelson Rodrigues, Agnaldo Silva, Arthur da Távola, Inácio Loyola Brandão, Jô Soares, Jaguar, Juca Chaves, Nelson Motta, Rubem Braga e Walter Negrão.
          O Fundo Ultima Hora está sob a guarda do Arquivo Público desde 1989 e é composto por 166 mil fotografias, 600 mil negativos, 2.223 ilustrações e uma coleção de edições da Ultima Hora do Rio de Janeiro entre os anos de 1951 e 1970, em  papel ou microfilme. 


Sobre o Arquivo Público do Estado de São Paulo

          O Arquivo Público do Estado de São Paulo é um dos maiores arquivos públicos brasileiros. Vinculado à Casa Civil do Estado de São Paulo, sua função é formular uma política estadual de arquivos e recolher, tratar e disponibilizar ao público toda documentação de caráter histórico produzido pelo Poder Executivo Paulista. A instituição mantém sob sua guarda aproximadamente 6 mil metros lineares de documentação textual permanente, 17 mil metros de documentação intermediária, 900m de material iconográfico, grande quantidade de jornais e revistas e uma biblioteca de apoio à pesquisa com 45 mil volumes.

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